Resenha: A Seleção

Essa semana, decidi fazer mais uma resenha ao invés de fazer outro post diferente. O livro escolhido foi o primeiro volume da série A Seleção, de Kiera Cass, publicado no Brasil pela Editora Seguinte. Em uma ótima estratégia, o livro chegou por aqui no mesmo ano de lançamento lá fora, coisa que nem sempre acontece. A saga conta com 3 volumes, além de alguns spin-offs, e conquistou fãs no mundo inteiro. Cass havia vendido os direitos de adaptação dos livros para a emissora The CW, responsável pelas versões televisivas de Gossip Girl e The Vampire Diaries, e dois episódios piloto chegaram a ser gravados, mas nenhum passou na avaliação do canal e os direitos retornaram para a autora. O site Deadline publicou, em 2015, que o livro deverá ser adaptado para os cinemas pela Warner, mas ainda não há uma data oficial de estreia e, de acordo com Cass, o projeto ainda não tem a luz verde do estúdio para começar a ser produzido. Mas agora, vamos ao livro?

A Seleção conta a história de America Singer, uma artista por vocação e “obrigação”, que ajuda a sustentar sua família após seus irmãos mais velhos saírem de casa. Ela vive em Illéa, um país recém-formado após a 4ª Guerra Mundial, mas que voltou a utilizar como modo de governo a monarquia. Para manter a unidade do país, tão vulnerável a ataques dos outros países maiores e mais poderosos, existe um sistema de castas, dividido em 8 níveis diferentes, que cria uma hierarquia a ser seguida, sob pena de grandes castigos caso se quebrem as regras. America é uma 5, a classe artística, mas é apaixonada pelo seu vizinho, Aspen, que é um 6, abaixo dela, vivendo com dificuldades e totalmente impróprio para ser seu par.

Seguindo o costume imposto àquela sociedade, o príncipe herdeiro, assim que completa a maioridade, deve fazer uma seleção entre as moças de Illéa, escolhendo uma para se casar. A ideia por trás da tradição é a de que o povo se mantém fiel à um governo quando se vê representado nele, através da rainha vinda do povo (uma vibe meio Princesa Diana/Kate Middleton). O governo manda cartas para as famílias que possuem moças entre 16 e 20 anos, perguntando se elas querem se inscrever no concurso, que será televisionado para toda a nação.

Sabendo que se for selecionada entre as 35 garotas irá receber grandes benefícios do governo, America cede aos apelos da família e de Aspen e se inscreve, mesmo sem achar que possui uma chance real de ser escolhida. Sua vida sofre uma reviravolta quando ela acaba selecionada e precisa ir morar no palácio, onde deverá competir pelo coração do príncipe Maxon e pela coroa com outras 34 meninas.

A premissa do livro é bem interessante e, aqui, vemos uma nova realidade mundial. A ambientação se dá no Estado Americano da China, em uma realidade e futuro onde o mundo sofreu mais 2 Grandes Guerras, que dizimaram nações e empoderaram a China como o país mais forte. O pano de fundo político é introduzido aqui, mas não completamente desenvolvido, algo que acredito a autora vá trabalhar mais nos próximos volumes. Não chega a ser uma distopia juvenil, como Jogos Vorazes, por exemplo, mas passa perto disso. A ideia do reality show acompanhando a escolha da próxima rainha do local também me lembrou um pouco JV, mas não de um jeito “imitão”, já que aqui exploramos uma ideia completamente diferente. Comprei o livro por curiosidade, já que sempre via muitas boas críticas à trilogia e achava as capas lindas, mas não tinha exatamente muita ideia do que se tratava, de fato, a história.

A escrita de Kiera Cass é bem suave e prende o leitor, que não consegue largar o livro com facilidade. Ele é todo narrado em primeira pessoa, um estilo que eu, particularmente, adoro, pois me sinto mais envolvida, inserida na história. No começo, confesso que não estava tão interessada em America, mas conforme as situações vão acontecendo e ela precisa se adaptar para alcançar seus objetivos, comecei a me importar e a torcer por ela. Nesse primeiro volume, vemos sua relação com Aspen e o início de seu relacionamento com Maxon, que ela detesta à princípio, e como ela se transforma para sobreviver tão longe do que ela conhece.

Não preciso nem dizer que a capa do livro é linda de viver e chama muito a atenção. Como meus livros preferidos, este possui páginas em off white, o que ajuda muito na hora da leitura para não cansar a vista. Se eu tivesse que “reclamar” de algo, seria da espessura da capa, que achei muito fina e acabou ficando um pouco estufada conforme fui avançando na leitura. Gosto de livros com as capas mais firmes, porque ajuda a dar uma confiança na hora de segurar e saber que ele não estragará com facilidade. Já estou ansiosa para adquirir as continuações da trilogia.

• A Seleção: Trinta e cinco garotas e uma coroa – Kiera Cass
• Editora: Seguinte
• Lançamento: 2012 (EUA e Brasil)
• Nº de páginas: 363